Percorrer distâncias, desbravar lugares desconhecidos, fazer uma grande viagem., convenhamos, é encantador. É lógico que não é fácil (nunca é). Certamente haverá momentos de apreensão, de dúvida, de questionamento. Mas o que fica no final é uma visão de mundo um pouquinho modificada em relação à que temos antes de partir e belas imagens e recordações, certamente. E isso é muito legal.
Podíamos ir de avião. Podíamos descer de carrro pelo nordeste, desfrutando do nosso belo e paradisíaco (?) litoral. Podíamos passar essas seis semanas no aconchego do nosso lar, lendo, brincando com o cachorro, dando água pras plantas. Podíamos (e não haveria nada de errado com isso), mas...
A uma semana da partida tudo aqui está tranquilo como água de poço. É porque somos muito eficientes e fizemos um planejamento baseado no método da excelência gerencial... Brincadeira, é lógico! Estamos envolvidos até o talo com inúmeras medidas administrativas que não acabam nunca. Preparar pra partir é apenas uma das tarefas, junto com embalar e embarcar a mudança, fechar os compromissos com a casa (desligamento de água, energia eletrica, telefone, tv a cabo, etc), gerenciar os compromissos profissionais, acompanhar o encerramento do ano escolar da Thaís, e por aí vai.
Agora há pouco caí na besteira de dar uma navegada na internet pesquisando o tema "viagens de carro pela América do Sul". É aquela velha história: mistério!! Na tela do computador, como na televisão, tudo é muito mais complicado e assustador do que na prática (na prática costuma ser mais trabalhoso do que parece no planejamento, mas é mais simples). Esse negócio de facilidade e excesso de informação pode ser, às vezes, um labirinto. Ah, não!! Tô fora dessa neurose. Temos o planejamento, o carro, o tempo, e o resto é pegar a estrada e fazer um dia de cada vez.
Nossa intenção é partir no dia 6 de dezembro, segunda-feira da outra semana. Nesse primeiro dia vamos até Santa Helena de Uairén (230 km daqui), já na Venezuela, pra fazer os trâmites de aduana, comprar alguns equipamentos que ainda faltam e quebrar o gelo da partida em território ainda conhecido.
Pretendemos andar em torno de 400 a 800 km por dia, com alguns dias de descanso (sem estrada) a cada dois ou três dias, dependendo também do interesse turístico do lugar em que estivermos.
O roteiro, basicamente, é sair aqui por Pacaraima, a cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela, e seguir em direção ao norte até o litoral - Mar do Caribe (Oceano Atlântico). Aí infletimos para o oeste, passamos por Caracas, e entramos na Colômbia pela cidade de Maicao (próximo do extremo norte da América do Sul). Na Colômbia começamos a pegar a direção sul, passamos por Medellin e entramos no Equador por Ipiales. Pretendemos passar então por Quito e Guayaquil e prosseguir para o sul entrando no Peru pelo Desierto de Sechura. O Peru, pelo que levantamos, deve nos exigir um esforço extra em termos de condições de estradas e hospedagem. Prosseguimos então o tempo todo entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, passamos por Trujillo e por Nazca, de onde abandonamos a costa e seguimos para o interior do Peru pra conhecer Cuzco, e visitar a toda famosa Machu Pichu. De lá retornamos ao litoral e continuamos ao sul, entrando no Chile por Arica. Viramos então para o leste e prosseguimos para San Pedro de Atacama, pra passar pelo Deserto do Atacama - e aí já estou em casa [risos] (pois é o mesmo caminho da recente viagem por aquelas bandas com a grande GS) -, e de lá atravessamos a Cordilheira dos Andes pelo Passo de Jama, entrando na Argentina e seguindo para Salta. Aí, em mais dois dias devemos estar tocando o solo em Foz do Iguaçu. É lógico que esse planejamento é um esboço, sujeito a alterações 'sem aviso prévio'. Mas a direção geral é essa.
Viagens de carro não são exatamente a minha praia, mas essa empreitada é um pouco mais do que uma simples viagem. O desafio, a distância e o desconhecido são ingredientes que, por si só, valem o esforço. Além disso, as outras opções para esse retorno ao sul do Brasil são um tanto óbvias demais.
Devo comentar ainda que grande parte da energia dessa viagem vem da Mari. Ela acendeu o fogo (eu só mostrei os ingredientes da equação). E agora estou aqui tentando controlá-lo [risos].
Viagens de carro não são exatamente a minha praia, mas essa empreitada é um pouco mais do que uma simples viagem. O desafio, a distância e o desconhecido são ingredientes que, por si só, valem o esforço. Além disso, as outras opções para esse retorno ao sul do Brasil são um tanto óbvias demais.
Devo comentar ainda que grande parte da energia dessa viagem vem da Mari. Ela acendeu o fogo (eu só mostrei os ingredientes da equação). E agora estou aqui tentando controlá-lo [risos].
Bem, como dissemos na apresentação do blog, a ideia desse meio de comunicação é interagir com nossos amigos e internautas que estiverem nos acompanhando ou visitando. Portanto, reforçamos o convite para sugestões ou comentários.
Esperamos poder lhes proporcionar um vislumbre dos horizontes que fizerem parte do nosso dia-a-dia nas próximas semanas.
Sempre em frente.
(P.S: a variação entre a primeira pessoa do singular e do plural no texto, apesar de gramaticalmente incorreta, é intencional.)
(P.S: a variação entre a primeira pessoa do singular e do plural no texto, apesar de gramaticalmente incorreta, é intencional.)
Embarcando a mudança.
Caixas, caixas, caixas...
Thaís brincando com os armários vazios.
Mapa: há meses na parede do nosso quarto.
Ponto de partida.
Suzuki Grand Vitara: nossa "nave-mãe" nessa jornada.
