05 Jan 11
31º dia
De Nazca a Arequipa – Peru
Esse mundo de viagens e explorações tem muitos points conhecidos e famosos. Lugares que se tornam hits e que conseguem entrar numa espiral de sucesso mais ou menos como acontece com os astros da música e da televisão. Certamente esses pontos de sucesso têm o seu valor, assim como os artistas mais conhecidos, mas há tantos outros lugares de que nunca ouvimos falar e que não têm a menor projeção (assim como as pessoas), e que são tão ou mais fantásticos do que os conhecidos, que todo esse glamour em torno dos famosos se torna completamente vão e relativo.
A pernada que fizemos hoje de Nazca para Arequipa é um exemplo clássico de uma região sem a menor fama, mas extraordinariamente bonito. Muito bonito mesmo. Espetacular. Uma natureza dramática, ampla, intocada, hostil e comovente.
O Peru, na realidade, é um grande deserto. Um grande nada. Um grande vazio. Anda-se horas e horas sem passar por uma cidade. Apenas pequenos vilarejos e povoados. Pode-se contar nos dedos as cidades um pouco maiores.
Nas estradas o movimento é muito pequeno. Poucos caminhões e pouquíssimos carros. O trecho de hoje deu um pouco mais de trabalho do que as fáceis retas da parte norte do país. Hoje houve vários trechos em que, de repente, a estrada começava a se contorcer para driblar a agressiva geografia do terreno – e aí dá-lhe curvas e mais curvas.
Os trechos de estrada bem próximos ao mar são particularmente fascinantes. Simplesmente cinematográfico.
Andamos a maior parte do dia junto ao mar. Um mar de ondas grandes e aspecto igualmente selvagem. Praias acessíveis e simpáticas, como as do Brasil, praticamente não existem. A maioria termina em grandes pedras ou em encostas escarpadas e muito altas.
Além disso, sempre há muito vento e, em alguns pontos, tempestades de areia. Não é exatamente um ambiente aconchegante.
Decidimos abortar definitivamente a ida a Cuzco e Machu Pichu, devido a uma série de fatores – o principal deles, poupar a Thaís do desgaste da altitude e de mais cinco ou seis dias de viagem. Se é a decisão mais acertada não há como ter certeza, como sempre. Mas nesse momento é a que parece mais coerente. O fato é que a viagem está de ótimo tamanho, quer dizer, só o que vimos e fizemos até agora já valeu demais a pena.
Vamos tocar em frente.
Força Sempre
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