Viajar

Estamos de mudança de Boa Vista-RR para Curitiba-PR. Pra aproveitar a oportunidade, resolvemos dar uma olhada no jeitão (antropologia, geografia, fotografia, o olhar das pessoas) dessa nossa América do Sul, fazendo a volta pela costa oeste do continente. Nossa "nave-mãe" nessa jornada será um Suzuki Grand Vitara (ano 2010). Estimamos a viagem em torno de 14 mil km, o que pretendemos percorrer em cerca de 40 dias.

Gostaríamos de compartilhar essa experiência com nossos amigos através deste blog, e, com isso, tornar essa jornada não apenas nossa, mas de todos que nos acompanharem. Convidamos vocês a viajar conosco, e a fazer comentários e sugestões.

Escrever sobre a viagem também nos ajuda a criar uma perspectiva de observadores da nossa própria história, o que é sempre interessante.

Assis, Mari e Thaís.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

39) 14 Jan 2011 - Pátria

14 Jan 11
40º dia
De Corrientes – Argentina a Foz do Iguaçu – Brasil
640 km






            Por mais que o conceito de Pátria também possa ser relativizado, como tudo, o fato é que a profundidade e a abrangência da cultura nacional de cada um são maiores e mais fortes do que às vezes imaginamos (ou não imaginamos).

            Essa ligação com as pessoas, com a língua, com o jeito de ser da nossa gente, com os nossos defeitos (que conhecemos e criticamos tanto), com nossas riquezas (que reconhecemos tão pouco), com nossa história... Essa ligação transcende nosso racionalismo. É um enlace de alma.

            Na volta da viagem ao Nepal, em 96, passei umas duas semanas na Inglaterra, uma das quais em Londres, e tive a oportunidade de conhecer vários brasileiros que estavam lá naquele esquema de trabalhar duro pra juntar grana pra um dia voltar para o Brasil. E uma percepção que me marcou foi o olhar e o jeito de falar comum a essas pessoas. Todos transmitiam a mesma sensação de falta, de uma lacuna aberta, de explícita saudade e nostalgia, de um objetivo comum de um dia voltar pra sua terra. Muito raro encontrar alguém sem esses sintomas.

            Viajar não é só ir e conhecer outros lugares. É também, e, quem sabe, sobretudo, não estar no lugar de sempre. O valor das viagens se destaca pelo contraste, pelo pano de fundo que se cria.

            Sentir esse prazer de retornar ao nosso país é indizível. É único. E não é apenas por questões práticas ou por conveniência. É afetivo mesmo.

           
            De certa forma a viagem se realizou com a nossa chegada hoje aqui em Foz do Iguaçu. Pelo menos essa é a sensação que tomou conta da gente hoje. A idéia agora é fazer uma “parada técnica” aqui amanhã – descansar, dar uma cuidado do carro, assimilar um pouquinho esses dias intensos – e prosseguir pra Curitiba no dia seguinte (domingo), onde, de acordo com a proposta inicial, vamos fazer, digamos assim, a chegada oficial da viagem.

            Depois disso pretendo fazer uma postagem com alguns tópicos mais práticos e alguns resumos, a título de ilustração e informação a quem se interessar pelo assunto.

É isso.

Força Sempre



Ponte sobre o Rio Paraná, entre Corrientes e Resistência, na Argentina.




Thaís no ponto exato da fronteira entre Argentina e Brasil, na ponte sobre o Rio Iguaçu.




Enfim em casa...




Rio Iguaçu: à esquerda o Brasil, à direita a Argentina.




Curitndo um pouquinho o momento da chegada.




Placa de boas vindas ao Brasil (meio caidinha, não?).




Aduana de saída da Argentina.




Mais um desenho da Thaís.




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