Viajar

Estamos de mudança de Boa Vista-RR para Curitiba-PR. Pra aproveitar a oportunidade, resolvemos dar uma olhada no jeitão (antropologia, geografia, fotografia, o olhar das pessoas) dessa nossa América do Sul, fazendo a volta pela costa oeste do continente. Nossa "nave-mãe" nessa jornada será um Suzuki Grand Vitara (ano 2010). Estimamos a viagem em torno de 14 mil km, o que pretendemos percorrer em cerca de 40 dias.

Gostaríamos de compartilhar essa experiência com nossos amigos através deste blog, e, com isso, tornar essa jornada não apenas nossa, mas de todos que nos acompanharem. Convidamos vocês a viajar conosco, e a fazer comentários e sugestões.

Escrever sobre a viagem também nos ajuda a criar uma perspectiva de observadores da nossa própria história, o que é sempre interessante.

Assis, Mari e Thaís.

sábado, 18 de dezembro de 2010

14) 18 Dez 2010 - Cordillera Occidental


18 Dez 10
13º dia
De Armênia a Popayan – Colômbia
310 km

            Estar num contexto estando, ao mesmo tempo, fora dele, é muito interessante. Caminhar por ruas de uma cidade desconhecida, ouvindo um idioma diferente, sem passado e sem compromisso com o local cria uma atmosfera especial de observador da realidade que, nessa situação, mais parece um teatro, uma cena de um filme... Sensações de viajar...

            Hoje passamos para a Cordillera Occidental – um maciço de montanhas que domina todo o lado ocidental do país e que faz parte da Cordilheira dos Andes. E estamos na parte final da etapa da Colômbia. A idéia é seguir amanhã para o sul, para uma cidade a cerca de 70 km da fronteira com o Equador, a qual pretendemos cruzar no dia seguinte (20 Dez).

            Após o dia difícil de ontem, partimos hoje de Armênia psicologicamente preparados para “o que der e vier”, meio que na expectativa de dificuldades e estrada ruim. Mas, felizmente, o dia se manteve na normalidade. O primeiro trecho foi muito agradável: paisagem bonita, estrada muito boa, retas com curvas suaves, vilarejos bem cuidados, e aquele clima bucólico do campo.

            Depois de uns 100 km o panorama mudou um pouco, ficou mais comum, mas a estrada continuou boa, estando inclusive muito bem sinalizada.

            Após passarmos por Cali começaram as curvas e a subida de uma serra, mas nada comparado à epopéia de ontem. Chegamos a Popayan sem dificuldades por volta das duas da tarde.

            Popayan (a 1675 metros de altitude) é uma cidade com cerca de 250 mil habitantes, sem grandes atrativos. Mas a amabilidade e boa vontade do colombiano se fazem presentes da mesma forma que no restante do país.

            Por aqui (em toda a Colômbia), quando agradecemos por alguma coisa (dizendo “muchas gracias”) as pessoas respondem “con mucho gusto”, o que soa muito simpático e elegante.

            No trecho de hoje passamos por vários postos policiais. Por quatro vezes solicitaram que parássemos e verificaram a documentação. Nenhum problema. Também reapareceram os postos de controle do exército. Nestes não pediram que parássemos, mas os soldados têm olhar atento e, com gestos, perguntam se está tudo bem.
            Nesta região também percebe-se uma ligeira mudança na etnia do povo, com maior predominância de negros e uma menor incidência do traço indígena típica do restante do país.

            Agora há pouco, perguntando ao rapaz da recepção do hotel sobre a estrada para a próxima cidade, ele me disse, na maior naturalidade, que ela está fechada (!!!), devido a um “grande derrumbe” (deslizamento de terra), mas que pode ser que até amanhã esteja liberada. Me recomendou esperar até um pouco mais tarde amanhã e consultar, antes de partir, la policía de la carretera para saber das condições da estrada. Por enquanto, a incerteza permanece.

Força sempre























Thaís brincando dentro de uma bola inflável numa piscina, em Popayan.

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