27 Dez 10
22º dia
Quito – Equador
A viagem ao Nepal, mais especificamente ao Himalaia (campo base do Everest e dois vales adjacentes, com a escalada do Island Peak, fora a clínica de caiaque e a trip de rafting antes e após ir para a montanha), em 1996, foi das mais duras e surpreendentes que já fiz. E, acho, a que mais me marcou. A sensação de estar num lugar como aquele, em que tudo é extremo – silêncio, altitude, frio, isolamento, distância, rusticidade, imensidão – mexe com a psique, literalmente (ainda hoje lembro de sonhos que tive naqueles dias que pareceram mais reais do que a realidade que vivia). Estávamos o tempo todo no limite – da resistência física, da segurança, do conforto mínimo - , o tempo todo havia uma tensão invisível no ar. Não é um lugar bom pra ter qualquer tipo de problema. Mas, curiosamente, e paradoxalmente, é um tempo que parece ter outra dimensão nas minhas lembranças e vivências... Também não foi só o absurdo espetáculo que é aquela região. A fase da vida, a idade, os devaneios daqueles tempos fazem parte da viagem tanto quanto as incríveis paisagens e experiências...
A Thaís finalmente está bem melhor. Ainda estamos no hospital, mas acreditamos que provavelmente amanhã ela terá alta.
O tratamento e atenção do médico que está acompanhando-a realmente nos cativou e tranqüilizou muito. Ele parece ser o próprio modelo de médico atencioso e dedicado. Coisa rara de se ver. E bonito também.
Em tudo há vivência e aprendizado. Mesmo nos momentos mais difíceis e indesejados. O problema, como sempre, somos nós e nossos velhos esquemas mentais... Limites e capacidades. Análises, avaliações, sentimentos...
Sou um fanático admirador de histórias de montanhismo e alpinismo (entre outros temas, logicamente...). E uma questão sempre presente e muito interessante numa escalada é a de quanto insistir, ou persistir, rumo ao topo...
Paralelos com o dia-a-dia não são mera coincidência.
Força Sempre
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