Viajar

Estamos de mudança de Boa Vista-RR para Curitiba-PR. Pra aproveitar a oportunidade, resolvemos dar uma olhada no jeitão (antropologia, geografia, fotografia, o olhar das pessoas) dessa nossa América do Sul, fazendo a volta pela costa oeste do continente. Nossa "nave-mãe" nessa jornada será um Suzuki Grand Vitara (ano 2010). Estimamos a viagem em torno de 14 mil km, o que pretendemos percorrer em cerca de 40 dias.

Gostaríamos de compartilhar essa experiência com nossos amigos através deste blog, e, com isso, tornar essa jornada não apenas nossa, mas de todos que nos acompanharem. Convidamos vocês a viajar conosco, e a fazer comentários e sugestões.

Escrever sobre a viagem também nos ajuda a criar uma perspectiva de observadores da nossa própria história, o que é sempre interessante.

Assis, Mari e Thaís.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

22) 27 Dez 2010 - Uma pontinha de céu azul em meio à tempestade

27 Dez 10
22º dia
Quito – Equador

            A viagem ao Nepal, mais especificamente ao Himalaia (campo base do Everest e dois vales adjacentes, com a escalada do Island Peak, fora a clínica de caiaque e a trip de rafting antes e após ir para a montanha), em 1996, foi das mais duras e surpreendentes que já fiz. E, acho, a que mais me marcou. A sensação de estar num lugar como aquele, em que tudo é extremo – silêncio, altitude, frio, isolamento, distância, rusticidade, imensidão – mexe com a psique, literalmente (ainda hoje lembro de sonhos que tive naqueles dias que pareceram mais reais do que a realidade que vivia). Estávamos o tempo todo no limite – da resistência física, da segurança, do conforto mínimo - , o tempo todo havia uma tensão invisível no ar. Não é um lugar bom pra ter qualquer tipo de problema. Mas, curiosamente, e paradoxalmente, é um tempo que parece ter outra dimensão nas minhas lembranças e vivências... Também não foi só o absurdo espetáculo que é aquela região. A fase da vida, a idade, os devaneios daqueles tempos fazem parte da viagem tanto quanto as incríveis paisagens e experiências...


            A Thaís finalmente está bem melhor. Ainda estamos no hospital, mas acreditamos que provavelmente amanhã ela terá alta.

            O tratamento e atenção do médico que está acompanhando-a realmente nos cativou e tranqüilizou muito. Ele parece ser o próprio modelo de médico atencioso e dedicado. Coisa rara de se ver. E bonito também.

            Em tudo há vivência e aprendizado. Mesmo nos momentos mais difíceis e indesejados. O problema, como sempre, somos nós e nossos velhos esquemas mentais... Limites e capacidades. Análises, avaliações, sentimentos...

            Sou um fanático admirador de histórias de montanhismo e alpinismo (entre outros temas, logicamente...). E uma questão sempre presente e muito interessante numa escalada é a de quanto insistir, ou persistir, rumo ao topo...

            Paralelos com o dia-a-dia não são mera coincidência.


Força Sempre

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