Viajar

Estamos de mudança de Boa Vista-RR para Curitiba-PR. Pra aproveitar a oportunidade, resolvemos dar uma olhada no jeitão (antropologia, geografia, fotografia, o olhar das pessoas) dessa nossa América do Sul, fazendo a volta pela costa oeste do continente. Nossa "nave-mãe" nessa jornada será um Suzuki Grand Vitara (ano 2010). Estimamos a viagem em torno de 14 mil km, o que pretendemos percorrer em cerca de 40 dias.

Gostaríamos de compartilhar essa experiência com nossos amigos através deste blog, e, com isso, tornar essa jornada não apenas nossa, mas de todos que nos acompanharem. Convidamos vocês a viajar conosco, e a fazer comentários e sugestões.

Escrever sobre a viagem também nos ajuda a criar uma perspectiva de observadores da nossa própria história, o que é sempre interessante.

Assis, Mari e Thaís.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

18) 23 Dez 2010 - Quito

23 Dez 10
18º dia
De Tulcán a Quito – Equador
263 km

            Houve uma época, não muito distante, em que fotografia era na base dos rolos de filme, e se pensava bem antes de apertar o botão para abrir o diafragma da máquina. E as fotos só podiam ser vistas depois de reveladas; normalmente vários dias depois. E era comum mandar cartões postais dos locais visitados em viagens – cartões esses que levavam dias, ou semanas, pra chegar. E ouvíamos músicas de fitas cassete, em aparelhos tipo walkman que consumiam pilhas vorazmente... Informações de viagem só eram disponíveis em guias de viagem, ou, eventualmente, nas poucas revistas especializadas no assunto. Na volta das viagens, montávamos grandes álbuns de fotos, que compartilhávamos apenas com os amigos mais próximos, em animadas conversas lado a lado. E os diários de viagem eram pequenos cadernos de espiral, em que escrevíamos histórias que ninguém nunca ia ler.

            Hoje esses aspectos mudaram radicalmente, mas a magia de conhecer lugares distantes, diferentes e além dos nossos horizontes mentais continua o mesmo. Assim como nossos receios, nossas dúvidas e nossa capacidade limitada de absorver esse mundo tão diverso e mutante.

            Ainda bem que nem tudo mudou.

            Fizemos uma pernada tranqüila hoje de Tulcán aqui para Quito. A primeira grande diferença em relação à Colômbia é a qualidade das estradas: muito melhores por aqui – asfalto de boa qualidade, boa sinalização e um aspecto geral de organização e bons cuidados.

            A moeda do Equador é o dólar americano, e os preços, de forma geral, são bem mais em conta do que no país anterior.

            A paisagem continua belíssima, com as estradas seguindo bem em cima da Cordilheira dos Andes, a uma altitude média de 2500 a 3000 metros. Muitas curvas e encostas altíssimas completam o quadro inspirador.

            Instalamo-nos num desses hotéis de alto padrão aqui em Quito (2700 metros de altitude), para recompensar a tripulação pelos esforços desses dias incertos de estrada e para nos dar certo alento nesses dias tão nostálgicos que são esses que cercam o Natal. E, em que pese todas as teorias em contrário, temos que convir que, pelo menos de vez em quando, é muito bom um pouquinho de bons tratos.
            Pretendemos ficar por aqui amanhã (dia 24) e o dia seguinte. Na hora exata de dar uma parada. Pra conhecer um pouco dessa cidade que nos pareceu, a princípio, tão auspiciosa, pra descansar um pouco mais, pra refletir com um pouco mais de profundidade sobre a viagem até aqui e sobre essa data tão especial que é o Natal. Além do mais, era um compromisso assumido com a Thaís o de passar o Natal num lugar legal. Aí está.

Força Sempre

           


Habitantes locais, em Tulcán.



Mari e sua incrível comunicabilidade.








Gasolina: US$ 2,25 por galão (=4 litros), ou seja: US$ 0,56 por litro, ou mais ou menos R$ 1,02 por litro (da gasolina mais cara - SUPER).



Pedágio: mais ou menos US$ 1,00 a cada 90 km.



Estrada nas encostas.




A caminho de Quito.


           

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