29 Dez 10
24º dia
De Quito a Ambato – Equador
Beleza, ordem e limpeza não são características fáceis de serem atribuídas a um lugar. Uma gratificante exceção é a região da costa oeste do Canadá, mais especificamente a área das Montanhas Rochosas que fica nos parques nacionais de Jasper e Banff. Ô lugarzinho bonito!! Mas não é uma beleza estanque, dessas que se enquadram num visor de câmera fotográfica. Todo o conjunto desses dois parques nacionais (que de norte a sul devem ter uns 300 km ) é perfeito – a natureza, as poucas construções, as duas ou três cidades. Tudo é feito com capricho, com carinho, com um algo mais, e não apenas por obrigação, por necessidade. Andar por aquelas paragens nos dá a sensação de estar numa grande maquete ao ar livre. Tudo isso é memória da belíssima viagem de bicicleta naquela região em 1998. Já a nossa América do Sul...
Bem, ordem e harmonia não são exatamente o ponto forte do nosso grande sub-continente. Vindo hoje de Quito para a cidade em que estamos agora bateu um cansaço por conta do trânsito confuso, da poluição visual e da sensação generalizada de bagunça e de conseqüente insegurança que esse contexto nos causa.
Ambato, a cidade em que estamos, tem ruas estreitas, trânsito lento e barulhento, montes de gente nas ruas, música tocando em volume alto pelas lojas e um aspecto nada aconchegante. Mas é como é.
Começamos o dia sem pressão, quer dizer, sem pressa, por conta de “imposição” do segmento feminino da equipe. Fomos então conhecer um ponto turístico de Quito conhecido como “Ciudad Mitad del Mundo” – um parque com monumentos, museus e lojinhas de artesanato dedicado a marcar e homenagear a passagem da linha do Equador (latitude zero grau, que divide o planeta ao meio) pelo local. Interessante pelo importante marco geográfico, mas o passeio custou caro em tempo, pois o tal parque fica a uns 30 km do centro da cidade, na direção oposta à que tínhamos que seguir. Mas valeu a pena.
Pensamos em fazer uma pernada curta hoje pra ver como a Thaís ia se readaptar à rotina da estrada após esses dias de stress com hospital e tratamento médico. Cem por cento. Ela está super bem, assim como a Mari.
O que não anda muito de bom humor por aqui é o clima. Pegamos chuva na estrada e o dia inteiro foi meio cinzento, com muitas nuvens pesadas e esse aspecto de instabilidade no ar.
Meu sonho do momento é uma estrada em que se possa acelerar sem interrupções e em que a fórmula “tempo x distância” seja menos ingrata... Mas se não der, tudo bem [risos].
Força Sempre
Mari e Thaís no marco da Linha do Equador, que inspirou o nome do país.
Latitude zero grau: passando para o hemisfério sul.
Norte de um lado, sul do outro.
Criançada jognado bola.
Etnia latina.
Um pé no hemisfério norte, o outro no sul.
Chuva na estrada...
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