Viajar

Estamos de mudança de Boa Vista-RR para Curitiba-PR. Pra aproveitar a oportunidade, resolvemos dar uma olhada no jeitão (antropologia, geografia, fotografia, o olhar das pessoas) dessa nossa América do Sul, fazendo a volta pela costa oeste do continente. Nossa "nave-mãe" nessa jornada será um Suzuki Grand Vitara (ano 2010). Estimamos a viagem em torno de 14 mil km, o que pretendemos percorrer em cerca de 40 dias.

Gostaríamos de compartilhar essa experiência com nossos amigos através deste blog, e, com isso, tornar essa jornada não apenas nossa, mas de todos que nos acompanharem. Convidamos vocês a viajar conosco, e a fazer comentários e sugestões.

Escrever sobre a viagem também nos ajuda a criar uma perspectiva de observadores da nossa própria história, o que é sempre interessante.

Assis, Mari e Thaís.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

24) 29 Dez 2010 - "Mitad del Mundo" – latitude zero

29 Dez 10
24º dia
De Quito a Ambato – Equador
200 km

            Beleza, ordem e limpeza não são características fáceis de serem atribuídas a um lugar. Uma gratificante exceção é a região da costa oeste do Canadá, mais especificamente a área das Montanhas Rochosas que fica nos parques nacionais de Jasper e Banff. Ô lugarzinho bonito!! Mas não é uma beleza estanque, dessas que se enquadram num visor de câmera fotográfica. Todo o conjunto desses dois parques nacionais (que de norte a sul devem ter uns 300 km) é perfeito – a natureza, as poucas construções, as duas ou três cidades. Tudo é feito com capricho, com carinho, com um algo mais, e não apenas por obrigação, por necessidade. Andar por aquelas paragens nos dá a sensação de estar numa grande maquete ao ar livre. Tudo isso é memória da belíssima viagem de bicicleta naquela região em 1998. Já a nossa América do Sul...

            Bem, ordem e harmonia não são exatamente o ponto forte do nosso grande sub-continente. Vindo hoje de Quito para a cidade em que estamos agora bateu um cansaço por conta do trânsito confuso, da poluição visual e da sensação generalizada de bagunça e de conseqüente insegurança que esse contexto nos causa.

            Ambato, a cidade em que estamos, tem ruas estreitas, trânsito lento e barulhento, montes de gente nas ruas, música tocando em volume alto pelas lojas e um aspecto nada aconchegante. Mas é como é.

            Começamos o dia sem pressão, quer dizer, sem pressa, por conta de “imposição” do segmento feminino da equipe. Fomos então conhecer um ponto turístico de Quito conhecido como “Ciudad Mitad del Mundo” – um parque com monumentos, museus e lojinhas de artesanato dedicado a marcar e homenagear a passagem da linha do Equador (latitude zero grau, que divide o planeta ao meio) pelo local. Interessante pelo importante marco geográfico, mas o passeio custou caro em tempo, pois o tal parque fica a uns 30 km do centro da cidade, na direção oposta à que tínhamos que seguir. Mas valeu a pena.

            Pensamos em fazer uma pernada curta hoje pra ver como a Thaís ia se readaptar à rotina da estrada após esses dias de stress com hospital e tratamento médico. Cem por cento. Ela está super bem, assim como a Mari.

            O que não anda muito de bom humor por aqui é o clima. Pegamos chuva na estrada e o dia inteiro foi meio cinzento, com muitas nuvens pesadas e esse aspecto de instabilidade no ar.

            Meu sonho do momento é uma estrada em que se possa acelerar sem interrupções e em que a fórmula “tempo x distância” seja menos ingrata... Mas se não der, tudo bem [risos].

Força Sempre



Mari e Thaís no marco da Linha do Equador, que inspirou o nome do país.








Latitude zero grau: passando para o hemisfério sul.



Norte de um lado, sul do outro.











Criançada jognado bola.



Etnia latina.







Um pé no hemisfério norte, o outro no sul.



Chuva na estrada...



Nenhum comentário:

Postar um comentário