Viajar

Estamos de mudança de Boa Vista-RR para Curitiba-PR. Pra aproveitar a oportunidade, resolvemos dar uma olhada no jeitão (antropologia, geografia, fotografia, o olhar das pessoas) dessa nossa América do Sul, fazendo a volta pela costa oeste do continente. Nossa "nave-mãe" nessa jornada será um Suzuki Grand Vitara (ano 2010). Estimamos a viagem em torno de 14 mil km, o que pretendemos percorrer em cerca de 40 dias.

Gostaríamos de compartilhar essa experiência com nossos amigos através deste blog, e, com isso, tornar essa jornada não apenas nossa, mas de todos que nos acompanharem. Convidamos vocês a viajar conosco, e a fazer comentários e sugestões.

Escrever sobre a viagem também nos ajuda a criar uma perspectiva de observadores da nossa própria história, o que é sempre interessante.

Assis, Mari e Thaís.

sábado, 11 de dezembro de 2010

6) 10 Dez 2010 - Sierra Nevada de Mérida

10 Dez 10
5º dia
De San Carlos a Mérida – Venezuela
406 km

            Hoje, tomando o café da manhã no hotel em que passamos a noite, um homem, observando o nosso carro com placa de um local já tão distante, se aproximou de mim e puxou conversa sobre a viagem. Logo depois retornou e nos deu de presente um pequeno exemplar de bolso do “livro sagrado do Zohar”, “para nos dar sorte e proteção”, disse. Um gesto simples, mas significativo e cheio de boa energia.

                        “El Universo si inició, no con un átomo o una partícula sub atómica, sino con un pensamiento en la miente de Dios. Este pensamiento de creación abarcaba un mundo en el cual cada ser humano podría disfrutar de uma felicidad y satisfacción  total, libre de cualquier forma de caos o dolor. Este es el deseo y el propósito del Creador.” – assim diz o Zohar


            A primeira parte do dia rendeu bem. Saindo de San Carlos fomos seguindo por uma auto-estrada muito boa, com pista dupla e asfalto muito bom. Os venezuelanos só não são muito chegados mesmo a sinalização. Poucas placas indicando direções. O tempo todo de olho no mapa e no GPS, já que havia alguns entroncamentos e direções diversas.

            No começo da tarde, faltando apenas uns 140 km para chegar a Mérida, estávamos animados com a perspectiva de finalmente chegar cedo ao nosso destino do dia. Ledo engano. Fim da auto-estrada. Entramos então numa estradinha secundária e de repente, numa curva, a geografia e o aspecto da estrada mudaram radicalmente. Para o bem e para o mal.

            Típica estradinha de montanha: estreita, sinuosa, e inclinada, subindo. Vegetação exuberante de muito verde. Andávamos a uma média de 40 km por hora. Curva atrás de curva. Pelo caminho, simpáticos vilarejos, e aquele clima bucólico e acolhedor, finalmente.

            A estrada subiu a 3400 metros de altitude, e depois começou a descer. Os vilarejos foram se tornando mais próximos uns dos outros, e o ritmo da viagem ainda mais lento.

            A sequência interminável de curvas deixou a Thaís mareada. Procuramos ir mais devagar e fazer paradas mais freqüentes.

            Nas encostas das montanhas, plantações sendo irrigadas, trabalhadores preparando a terra para o plantio e casas isoladas ao longe davam o tom da paisagem.

            Já caía a tarde e ainda não havíamos chegado. Acho que levamos umas quatro horas pra fazer 140 km. No final perdi um pouco a sintonia da boa disposição, em conseqüência do cansaço físico e psicológico. Sinal de que estava mesmo na hora de dar uma parada, como planejamos para o dia seguinte.

            Achamos um bom hotel, tomamos um banho e saímos para jantar. E nossa disposição se reanimou um pouco.

            Amanhã, descansar.

Sempre em frente.


 Caminhão comum por aqui: MACK.



 Mari e Thaís.



 Curvas, curvas, curvas...



No caminho de Mérida. 



Parada para uma caminhada. 



Mari e Thaís. 



Corridinha pra circular o sangue. 



No caminho de uma cachoeira na beira da estrada. 




Arquitetura alpina nos andes. 



Thaís. 



Pequena cidade do caminho. 



Carrão venezuelano. 



 Artesania à beira da estrada.



Estrada estreita.




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